O governo brasileiro enviou uma nova carta aos Estados Unidos, reafirmando sua disposição para o diálogo em relação ao sistema de pagamentos PIX, que tem sido alvo de investigações por parte do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR). A informação foi divulgada na noite de terça-feira (15) e se insere em um processo aberto a pedido do presidente americano, Donald Trump, que questiona a competitividade do sistema brasileiro no comércio digital.
Embora o USTR não mencione explicitamente o PIX, o documento critica práticas que, segundo a entidade, favorecem serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo brasileiro, o que poderia prejudicar empresas americanas. O USTR afirma que o Brasil estaria adotando políticas que afetam a competitividade no setor de pagamentos, levantando preocupações sobre a equidade no mercado.
Em resposta às alegações, o Banco Central do Brasil e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foram contatados, mas não forneceram comentários até o fechamento desta reportagem. O PIX, que se tornou uma ferramenta essencial para transferências instantâneas no país, foi introduzido em 2020 e, desde então, tem ganhado popularidade, desafiando sistemas tradicionais de pagamento como Visa e Mastercard.
A discussão sobre o PIX ocorre em um contexto mais amplo de competição entre sistemas de pagamento, com especialistas apontando que a adoção crescente do PIX representa uma ameaça aos modelos de negócios das bandeiras de cartões de crédito. O CEO da PagBrasil, Ralf Germer, destacou que a evolução do PIX, incluindo novas funcionalidades, pode intensificar essa concorrência no futuro.