O Brasil conta atualmente com cerca de 40 milhões de trabalhadores informais, segundo dados recentes do IBGE. Apesar da taxa de desemprego ter alcançado níveis próximos aos mais baixos da história do país, a informalidade ainda é uma realidade para muitos, especialmente no setor doméstico, onde aproximadamente 6 milhões de empregados atuam sem carteira assinada.
O professor André Portela, da Fundação Getulio Vargas, destaca a importância de garantir proteção social a todos os trabalhadores, independentemente de sua formalização. "A proteção deve ser baseada no trabalhador, e não em sua ocupação", afirma. Essa visão é compartilhada por muitos que optam pela informalidade em busca de maior flexibilidade em suas rotinas de trabalho.
Trabalhadores como Naldo Galego e Simone Elaine de Campos exemplificam essa realidade. Naldo, um autônomo, relata que prefere a liberdade do trabalho informal, mesmo com a ausência de um vínculo formal. Simone, por sua vez, enfatiza que a falta de um emprego mensalista lhe proporciona autonomia, embora isso signifique abrir mão de benefícios trabalhistas. Ambos reconhecem a dificuldade de planejar o futuro financeiro em um cenário de instabilidade.
A consultora econômica Zeina Latif observa que muitos profissionais informais não buscam a formalização devido à flexibilidade que a informalidade oferece. No entanto, essa escolha pode resultar em desafios para a construção de um futuro financeiro mais seguro, uma vez que a maioria dos trabalhadores ainda não se preocupa em poupar ou investir para a aposentadoria.