O Brasil registrou 44.127 mortes violentas intencionais em 2024, a menor taxa desde 2011, conforme dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública nesta quinta-feira (24). O número representa uma redução de 5% em relação a 2023 e de 8% em comparação a 2022. As mortes violentas intencionais incluem homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais que resultam em morte e letalidade policial, que contabilizou 6.243 mortes, uma diminuição de 2,7% em relação ao ano anterior.
O estado do Amapá foi destacado como o mais violento do país, com uma taxa de 45,1 mortes para cada 100 mil habitantes. Em contraste, São Paulo apresentou um aumento de 7,5% nas mortes violentas. Maranguape, no Ceará, foi identificada como a cidade com a maior taxa de violência, com 79,9 mortes por 100 mil habitantes. O aumento da letalidade policial em algumas regiões está vinculado ao crescimento da violência.
Em relação aos homicídios de mulheres, 40% foram classificados como feminicídio, totalizando 1.492 vítimas. Crimes sexuais, como estupro, atingiram 87.545 ocorrências, enquanto o número de mortes entre adolescentes de 12 a 17 anos cresceu para 2.103. Além disso, uma em cada cinco mortes violentas de crianças e adolescentes foi atribuída à ação policial.
Os crimes patrimoniais apresentaram um cenário misto, com quedas em roubos e furtos de celulares, mas um aumento significativo no estelionato, que alcançou 2,16 milhões de casos. A população carcerária do Brasil cresceu 6,3%, totalizando 906 mil detentos, com aumentos notáveis em estados como Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. O tema da segurança continua a ser uma das principais preocupações da população e deve ser central nas eleições de 2026, com o governo buscando aumentar o protagonismo federal na questão através da PEC da Segurança.