De acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o Brasil encerrou 2024 com 122.102 pessoas sob monitoramento por tornozeleira eletrônica. O levantamento, que é realizado semestralmente, revela um crescimento constante desde o início da série histórica em 2016, quando apenas 6.027 indivíduos eram monitorados. Os números do primeiro semestre de 2024 devem ser divulgados em agosto.
Dentre os monitorados, 87,95% são homens, totalizando 107.393, enquanto 14.709 são mulheres. O uso da tornozeleira eletrônica é uma medida aplicada a pessoas investigadas pela Justiça, com o equipamento pesando 128 gramas e equipado com GPS e modem para transmissão de dados via sinal de celular. O ex-presidente Jair Bolsonaro, que começou a usar o dispositivo em 18 de janeiro de 2024, não está incluído nos dados da Senappen, que refletem o total até o final do ano.
O perfil dos monitorados inclui 29.553 presos provisórios, 4.239 sentenciados em regime fechado, 65.673 em regime semiaberto e 22.111 em regime aberto. O aumento no uso de tornozeleiras eletrônicas foi acentuado durante a pandemia de Covid-19, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu pelo monitoramento eletrônico de detentos do grupo de risco. Os estados com maior número de monitorados são Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, enquanto Roraima, Amapá e São Paulo apresentam os menores índices.