O Brasil registrou uma significativa redução na mortalidade por hepatites virais nos últimos dez anos, conforme aponta o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado nesta terça-feira (8) pelo Ministério da Saúde. A queda é atribuída ao avanço da vacinação e ocorre em meio à mobilização do Julho Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre as hepatites.
Entre 2014 e 2024, a mortalidade por hepatite B caiu 50%, passando de 0,2 óbito por 100 mil habitantes para 0,1. Já a hepatite C apresentou uma redução ainda mais expressiva de 60%, com o coeficiente de mortalidade caindo de 1 para 0,4 óbito por 100 mil habitantes no mesmo período. O Ministério da Saúde estabeleceu a meta de reduzir os óbitos por hepatites virais em 65% e a incidência em 90% até 2030, seguindo diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mario Gonzales, coordenador-geral de Vigilância das Hepatites Virais, destacou que o Brasil está no caminho certo para eliminar essas doenças como problema de saúde pública até 2030, com uma redução de 60% já alcançada até 2025. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, elogiou os profissionais de saúde pelo aumento na cobertura vacinal, que subiu de 82,7% em 2022 para 94,19% em 2023.
Durante o lançamento do boletim, foi apresentada uma nova plataforma de monitoramento que auxiliará estados e municípios a identificar lacunas no combate às hepatites virais. Alex Rosewell, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), elogiou os avanços do Brasil na redução da transmissão e mortalidade, alinhando as iniciativas do Ministério da Saúde com as metas globais de eliminação das hepatites até 2030. Uma campanha publicitária intitulada “Um Teste Pode Mudar Tudo” também foi lançada, enfatizando a importância da testagem e vacinação.