O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil não aceitará ser tutelado por decisões unilaterais do governo dos Estados Unidos, após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump, a partir de 1º de agosto. Lula afirmou que o Brasil responderá com base na Lei da Reciprocidade Econômica, buscando garantir seus interesses comerciais.
A Organização Mundial do Comércio (OMC), que visa regular o comércio internacional e facilitar a resolução de disputas, pode ser acionada pelo Brasil caso as tarifas sejam confirmadas. No entanto, a OMC enfrenta um momento crítico, com seu órgão de apelação paralisado desde 2019 devido à obstrução de nomeações de juízes por Trump, o que tem gerado preocupações sobre a eficácia do sistema de resolução de conflitos comerciais.
Roberto Azevêdo, ex-diretor da OMC, destacou em entrevista que a organização precisa se modernizar para acompanhar as mudanças no comércio global, especialmente com a ascensão da China como potência comercial. Azevêdo ressaltou que a falta de atualização nas regras comerciais tem levado a um cenário de 'lei da selva', onde as disputas comerciais se intensificam sem um mecanismo eficaz de resolução.
O Ministério das Relações Exteriores da China também criticou as tarifas de Trump, afirmando que elas prejudicam a ordem do comércio internacional. A OMC prevê que as tarifas americanas podem reduzir os negócios globais em 1% até 2025, refletindo a complexidade da atual guerra comercial entre as potências mundiais.