Em entrevista ao Financial Times, Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou que o Brasil intensificará sua parceria com o bloco Brics, em meio às ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas punitivas ao país. As declarações de Amorim ocorrem após Trump criticar o Brasil durante a cúpula do Brics, sugerindo uma tarifa de 10% para nações que se alinhassem ao bloco e prometendo taxas de até 50% sobre as exportações brasileiras.
Amorim destacou que os ataques de Trump estão fortalecendo as relações do Brasil com os Brics, que incluem potências como China, Rússia e Índia. O assessor enfatizou a importância de diversificar as relações internacionais do Brasil, buscando também estreitar laços com países da Europa, América do Sul e Ásia. Ele ressaltou que a interferência de Trump nos assuntos internos do Brasil é sem precedentes, comparando-a a ações que não ocorreriam nem mesmo durante a era colonial.
Além de criticar as tarifas, Trump fez comentários sobre o governo Lula, acusando-o de promover um regime de censura e práticas comerciais injustas. Amorim, por sua vez, negou que o Brics tenha uma base ideológica e pediu à União Europeia que ratifique rapidamente o tratado comercial com o Mercosul, argumentando que isso beneficiaria economicamente ambas as partes. Ele também mencionou o interesse do Canadá em estabelecer acordos com o Brasil, reforçando a necessidade de diversificação nas relações comerciais do país.