As companhias petrolíferas brasileiras devem retomar as exportações para os Estados Unidos após a isenção das tarifas de 50% anunciadas pelo governo americano, conforme declarou Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), à Reuters. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira, 9 de julho, e representa um alívio para o setor, que havia suspendido envios devido à incerteza sobre as novas tarifas.
As petroleiras brasileiras, incluindo Petrobras, Shell e ExxonMobil, optaram por estocar petróleo em plataformas e navios nas últimas semanas, aguardando definições sobre as tarifas. O decreto recente dos EUA excluiu diversos produtos brasileiros da taxação, incluindo petróleo e derivados, embora Ardenghy ainda aguarde confirmação técnica sobre a isenção específica para o setor.
O petróleo é o principal produto de exportação do Brasil para os EUA, com 243 mil barris por dia enviados em 2024, representando uma receita de US$ 5,83 bilhões. Ardenghy destacou que o petróleo brasileiro, conhecido por seu baixo teor de enxofre e CO2, é altamente valorizado no mercado internacional e que, sem a isenção, as empresas poderiam redirecionar suas vendas para outros mercados, como a Ásia.
A Petrobras, que teve uma exposição menor ao mercado americano, reportou que os EUA representaram apenas 8% de suas exportações no segundo trimestre de 2024. Especialistas afirmam que o Brasil possui flexibilidade logística para manter a competitividade de seu petróleo, mesmo diante de tarifas elevadas, caso necessário.