O Brasil enfrenta a possibilidade de uma perda econômica significativa de R$ 175 bilhões, equivalente a uma retração de 1,49% do PIB e a eliminação de 1,3 milhão de postos de trabalho, caso a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entre em vigor em 1º de agosto. O estudo, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), aponta que a queda na renda das famílias pode atingir R$ 24,39 bilhões, enquanto a arrecadação do governo poderia ser reduzida em R$ 4,86 bilhões.
De acordo com a Fiemg, os efeitos adversos dessa medida se acumulariam ao longo de cinco a dez anos, com impactos imediatos já perceptíveis entre um e dois anos. Nesse período, as perdas podem alcançar R$ 47 bilhões, resultando em uma diminuição de até 0,67% no consumo das famílias. O BTG Pactual também divulgou estimativas que indicam perdas ainda maiores, de até US$ 20 bilhões, entre 2025 e 2026.
O estudo ainda sugere que, caso o Brasil responda com uma tarifa recíproca de 50% sobre as importações americanas, a queda no PIB poderia chegar a R$ 259 bilhões, com a perda de 1,934 milhão de empregos e uma redução de R$ 36,18 bilhões na massa salarial. Em um cenário extremo, onde ambos os países aplicassem tarifas de 100%, as perdas poderiam atingir R$ 667 bilhões, resultando em cerca de 5 milhões de empregos a menos e uma queda na renda das famílias de até R$ 93 bilhões.
Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, com um total de US$ 40,4 bilhões em 2022, representando 1,8% do PIB nacional. Os principais produtos exportados incluem combustíveis minerais, ferro e aço, e café. No primeiro semestre de 2023, as exportações já somaram US$ 20 bilhões, com empresas antecipando vendas para mitigar os impactos das tarifas potenciais.