O governo federal brasileiro anunciou, nesta quarta-feira (25), a entrada formal do Brasil na ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas. A decisão foi comunicada pelo Itamaraty, que expressou indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra a população civil na Palestina, abrangendo tanto a Faixa de Gaza quanto a Cisjordânia.
Na nota oficial, o governo brasileiro destacou as graves violações de direitos humanos e humanitários, incluindo ataques a infraestruturas civis e locais religiosos, como a paróquia católica em Gaza. O texto também menciona a violência indiscriminada e o vandalismo por colonos extremistas na Cisjordânia, além de massacres de civis, principalmente mulheres e crianças, que ocorrem durante a entrega de ajuda humanitária em Gaza.
A ação judicial busca que a Corte declare que Israel violou obrigações previstas na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Israel, por sua vez, refuta as acusações feitas pela África do Sul. O Itamaraty ressaltou que Israel continua a cometer violações do direito internacional, como a anexação de territórios e a expansão de assentamentos ilegais.
“O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política”, afirmou o governo, enfatizando que a impunidade compromete a credibilidade do sistema multilateral e a legalidade internacional.