Um grupo de especialistas foi formado para avaliar a viabilidade do Brasil desenvolver seu próprio sistema de geolocalização por satélite, um projeto de alta complexidade e custo. A iniciativa, criada por meio da Resolução nº 33 do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, conta com representantes de ministérios, da Aeronáutica, de agências federais e da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil. O prazo para a entrega do relatório com conclusões e sugestões é de 180 dias a partir de 14 de julho.
Rodrigo Leonardi, diretor de Gestão de Portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB), destacou a importância de entender os desafios e benefícios de um sistema próprio, considerando a dependência atual de sistemas de navegação controlados por outros países, como o GPS dos Estados Unidos. O grupo técnico, que ainda está em fase de organização, poderá convidar especialistas de outras instituições para contribuir com os objetivos estratégicos.
Leonardi ressaltou que o Brasil historicamente focou em satélites para monitoramento territorial, mas agora discute a necessidade de um sistema de navegação. Ele alertou que, caso o país decida avançar nesse sentido, os investimentos necessários seriam significativamente maiores do que os atuais no programa espacial. A criação do grupo técnico ocorreu em um momento de tensão nas relações comerciais com os Estados Unidos, mas Leonardi afirmou que a iniciativa não está relacionada a esses eventos recentes, enfatizando que não há indícios de que o GPS seja restringido ao Brasil.