O Brasil está diante de um desafio significativo em suas relações comerciais com os Estados Unidos, após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Marcelo Nantes, head de renda variável do Asa Investments, destacou em entrevista ao InfoMoney durante a Expert XP 2025 que a questão é mais institucional do que econômica, uma vez que o país exporta principalmente commodities para os EUA, o que minimiza os impactos diretos nas exportações.
Nantes observou que, apesar da possibilidade de realocação de produtos para outros mercados, isso pode resultar em ineficiências e aumento de preços. Ele ressaltou que a escalada das tensões com os EUA representa um risco institucional significativo para o Brasil, especialmente após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a adoção de uma moeda alternativa para o comércio entre os países do BRICS.
O especialista alertou para as consequências potenciais de sanções econômicas semelhantes às impostas à Rússia, destacando que, embora os efeitos econômicos das tarifas possam ser limitados, empresas como WEG e Embraer, que dependem do mercado americano, podem enfrentar maiores dificuldades. Nantes também comentou sobre o desempenho da Bolsa brasileira, prevendo um cenário de cortes na taxa Selic em 2026, mas com uma desaceleração econômica no curto prazo, sugerindo oportunidades em setores como energia e infraestrutura.