Faltando apenas quatro dias para a implementação de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o governo brasileiro busca alternativas para evitar a sobretaxa. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, está condicionada ao encerramento de investigações contra Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, o que levanta questões sobre a legitimidade da chantagem política.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) surge como uma possível instância para contestar as tarifas, embora o processo seja demorado e não tenha poder de imposição. A OMC, que reúne 166 países, pode recomendar ações, mas não pode obrigar os Estados Unidos a suspender as taxas. Por outro lado, o Congresso americano, que detém o poder de regular relações comerciais, pode ser influenciado, mas Trump possui maioria e tem utilizado decretos presidenciais para implementar as sobretaxas.
O Tribunal Americano de Comércio Internacional é a única entidade que pode barrar as tarifas, permitindo que empresas nos EUA contestem as sobretaxas. Em um caso anterior, o tribunal derrubou tarifas, mas a decisão foi revertida em recurso. Atualmente, uma investigação sobre práticas comerciais injustas está em andamento, o que pode complicar ainda mais a situação do Brasil, que não é considerado um parceiro desleal até o momento.
Na última segunda-feira (28), senadores brasileiros se reuniram em Washington com representantes da Câmara de Comércio dos Estados Unidos para discutir o impacto do tarifaço em setores como petróleo, tecnologia e alimentos. A colaboração com empresas americanas que seriam afetadas pela medida pode ser uma estratégia para mitigar os efeitos da sobretaxa.