O Brasil está em uma corrida contra o tempo para evitar a imposição de uma tarifa de 50% sobre seus produtos exportados para os Estados Unidos, prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira, 1º de setembro. A medida surge após um acordo entre o governo de Donald Trump e a União Europeia, que estabeleceu uma tarifa de 15% para o bloco, deixando o Brasil em uma posição delicada nas negociações internacionais.
A falta de diálogo por parte do governo americano tem sido um fator preocupante, com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmando que não haverá adiamento da tarifa. A pressão do setor produtivo americano não tem sido suficiente para sensibilizar a administração republicana, aumentando a incerteza para os exportadores brasileiros.
Caso a tarifa seja confirmada, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que as exportações brasileiras poderão sofrer uma queda de R$ 52 bilhões e resultar na perda de 110 mil empregos. O ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, Welber Barral, alertou que a tarifa pode ser “impeditiva” para a continuidade das exportações, levando a um repasse de custos ao consumidor americano e, possivelmente, a uma diminuição do consumo. Além disso, empresas brasileiras podem buscar novos mercados, mas com a expectativa de queda na rentabilidade.