O Brasil, historicamente conhecido por sua postura de não alinhamento automático, enfrenta novos desafios diplomáticos em um cenário global em rápida transformação. Desde a invasão da Rússia à Ucrânia em fevereiro de 2022, a polarização entre potências ocidentais e autocracias, como Rússia e China, se intensificou, afetando as relações internacionais e a economia global. O governo brasileiro, enquanto busca dialogar com ambos os lados, ainda não conseguiu estabelecer um consenso claro em suas políticas externas.
A ascensão de movimentos nacionalistas e as guerras regionais, como o recente conflito no Oriente Médio, complicaram ainda mais a situação. Apesar de sinais ambíguos enviados a potências globais, a neutralidade brasileira permanece, sustentada pelo princípio do diálogo universal. No entanto, a pressão por alinhamento e lealdade a um dos lados do conflito se torna cada vez mais evidente, colocando o Brasil em uma posição delicada.
Com a chegada de Donald Trump ao poder em 2025, as relações entre Brasil e Estados Unidos também estão sob tensão. A política econômica do novo mandatário, que busca recuperar a hegemonia dos EUA, inclui tarifas que afetam diretamente o Brasil, o segundo maior parceiro comercial do país norte-americano. Em resposta, o Brasil procura alternativas para mitigar perdas econômicas, sem abrir mão de sua soberania e autonomia nas decisões de comércio exterior.
A amizade histórica entre Brasil e Estados Unidos, que remonta ao período imperial, contrasta com a crescente cooperação econômica com a China, o maior parceiro comercial do Brasil. A complexidade do atual cenário geopolítico exige uma abordagem cautelosa e estratégica por parte do Brasil para manter sua relevância e integridade nas relações internacionais.