O Brasil enfrenta um novo desafio nas relações comerciais com os Estados Unidos após a União Europeia firmar um acordo com o governo de Donald Trump, no último domingo (27). O tratado, que retira a urgência do acordo com o Mercosul, coloca o país em uma posição delicada frente à iminente implementação de tarifas de 50% anunciadas por Trump, que entrarão em vigor em 1º de agosto.
A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguarda justificativas legais para contestar as novas tarifas, uma vez que o Brasil apresenta um déficit comercial com os EUA, o que dificulta a base legal para a imposição das taxas. A Casa Branca, por sua vez, pode alegar que investigações sobre práticas comerciais desleais estão em andamento, mas a percepção política de apoio a Jair Bolsonaro é vista como um fator que influencia a sanção ao Brasil.
Em meio a essa situação, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que se encontra em Nova York para compromissos na ONU, expressou interesse em se reunir com o secretário de Estado, Marco Rubio. No entanto, a oposição critica Lula por não ter tomado a iniciativa de contatar Trump diretamente, sugerindo que uma ligação poderia ajudar a distensionar as relações comerciais entre os países.
O vice-presidente Geraldo Alckmin já conversou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, mas a falta de um esforço pessoal de Lula é alvo de críticas. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) fez um apelo para que o presidente abandone questões ideológicas e busque reabrir as negociações com o governo americano.