O Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome, conforme relatório divulgado nesta segunda-feira (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares, realizada em Adis Abeba, Etiópia. O levantamento aponta que menos de 2,5% da população brasileira está em risco de subnutrição, o que representa uma melhora significativa em relação aos dados anteriores que indicavam insegurança alimentar grave.
A FAO, agência da ONU responsável pela elaboração do Mapa da Fome, avalia o acesso da população à alimentação necessária para uma vida saudável. O Brasil havia sido incluído na lista de países com fome em 2021, após a análise de dados de 2018 a 2020, mas agora, com base nas médias de 2022 a 2024, o país conseguiu novamente atender aos critérios para a saída da categoria.
Especialistas destacam que, apesar do avanço, o Brasil enfrenta desafios significativos relacionados à segurança alimentar. Embora seja um dos maiores produtores de alimentos do mundo, a dificuldade de acesso à alimentação adequada persiste, devido a fatores como o desemprego e o aumento dos preços dos alimentos. Além disso, a produção agropecuária é frequentemente direcionada para exportação, o que pode comprometer o abastecimento interno.
A ONU alerta que as mudanças climáticas representam um risco crescente para a segurança alimentar no país, e ainda existem áreas com escassez de alimentos saudáveis, conhecidas como desertos alimentares. O relatório ressalta a importância de um equilíbrio entre a produção para exportação e o abastecimento interno para garantir a segurança alimentar no futuro.