O Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome, conforme anunciado nesta segunda-feira, 28, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O resultado, que considera a média entre 2022 e 2024, indica que o país está abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou sem acesso a alimentos suficientes. Em comparação, a América Latina apresenta uma taxa de 5,1%, enquanto a média global é de 8,2%.
Apesar dessa melhora significativa, cerca de 7 milhões de brasileiros, ou 3,4% da população, ainda enfrentam insegurança alimentar severa, o que significa que essas famílias não têm certeza de que conseguirão fazer três refeições diárias. Além disso, 28,5 milhões de pessoas no Brasil vivem em condições de insegurança alimentar moderada ou grave, totalizando 13,5% da população, segundo dados da FAO.
O Mapa da Fome foi criado em 2014 e o Brasil esteve fora do quadro mais grave de desnutrição até 2018. No entanto, devido à crise econômica iniciada em 2015 e os impactos da pandemia de covid-19, o país voltou a constar na lista de nações com problemas nutricionais entre 2019 e 2021.
Em entrevista à Rádio Eldorado, Rodrigo "Kiko" Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, destacou que a melhora no cenário alimentar do Brasil é resultado de "políticas públicas que devem ser de Estado e não de governos". Ele também enfatizou a necessidade de ampliar programas sociais, como o Bolsa Família, e a importância de buscar ativamente famílias que ainda não estão incluídas nessas iniciativas.