O Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, com aproximadamente 21 milhões de toneladas, atrás apenas da China. Esses minerais são essenciais para a produção de tecnologias modernas, como turbinas eólicas e motores de carros elétricos, e despertam o interesse do governo dos Estados Unidos, especialmente após declarações do encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar, sobre a importância estratégica desses recursos.
Apesar de sua riqueza geológica, o Brasil ainda não conseguiu explorar plenamente seu potencial, exportando a maior parte das terras raras em estado bruto. A falta de tecnologia de refino e beneficiamento impede o país de agregar valor a esses minerais, mantendo-o como um fornecedor periférico no mercado global. A China, por outro lado, domina a cadeia produtiva e o refino dessas substâncias.
O Ministério de Minas e Energia reconhece a situação como uma oportunidade histórica para desenvolver uma indústria robusta de processamento de terras raras, aproveitando recursos como energia limpa e conhecimento técnico. O governo está articulando iniciativas, como o Projeto MagBras, que visa criar uma cadeia nacional de produção de ímãs permanentes, e um fundo de R$ 1 bilhão para financiar projetos de pesquisa mineral, com foco em inovação e desenvolvimento tecnológico no setor.
A crescente demanda global por terras raras e a tensão geopolítica acentuada por tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros tornam a questão ainda mais urgente, destacando a necessidade de o Brasil avançar na exploração e processamento desses recursos estratégicos.