O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta um impasse nas negociações comerciais com os Estados Unidos, uma semana após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump. A informação foi confirmada por integrantes da administração Lula à GloboNews nesta quarta-feira (16). O anúncio da tarifa ocorreu em uma carta enviada por Trump a Lula no dia 9 de outubro, na qual o presidente americano alegou uma relação comercial desfavorável entre os países, o que é contestado por dados que mostram que os EUA exportam mais para o Brasil do que importam.
Até o momento, não houve sinais de que a Casa Branca esteja disposta a abrir um canal de negociação formal sobre o tema. Diplomatas brasileiros acreditam que a falta de orientações claras da administração Trump pode estar dificultando o diálogo. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já se reuniu com Jamieson Greer, chefe do USTR, e o vice-presidente Geraldo Alckmin também buscou conversas com autoridades americanas para tentar resolver a situação.
Em resposta à tarifa, Lula reafirmou a soberania do Brasil e a disposição para negociar, mas também alertou que, na ausência de um consenso, o país poderá adotar a Lei da Reciprocidade Econômica ou recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). No entanto, empresários têm defendido que o Brasil priorize as negociações em vez de ações recíprocas. O Ministério das Relações Exteriores, em um comunicado oficial, expressou seu descontentamento com a "intromissão indevida" de autoridades americanas, marcando a primeira manifestação pública sobre o tema.