O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, pela segunda vez, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, na quarta-feira (9.jul.2025) para discutir a recente declaração do presidente norte-americano, Donald Trump, que anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. A reunião ocorreu no Itamaraty, onde a embaixadora Maria Luisa Escorel questionou Escobar sobre a autenticidade do comunicado, que ainda não havia sido oficialmente recebido pelo governo brasileiro.
Durante o encontro, Escobar confirmou a veracidade da carta de Trump, que criticou o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo governo brasileiro, classificando-o como uma "vergonha internacional". Em resposta, a embaixadora Escorel informou que o Brasil considerava o comunicado ofensivo e repleto de informações inverídicas sobre a relação comercial entre os dois países.
Trump justificou a nova tarifa como uma medida necessária para corrigir o que ele chamou de "relação de longa data e muito injusta" entre os EUA e o Brasil, alegando que as tarifas atuais não são recíprocas. Ele ainda advertiu que, caso o Brasil aumente as tarifas em retaliação, os Estados Unidos farão o mesmo. A nova taxa de 50% entrará em vigor a partir de 1º de agosto de 2025 e se aplicará a todos os produtos brasileiros exportados para os EUA.
Além disso, Trump solicitou ao representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, que inicie uma investigação contra o Brasil devido a supostos ataques às atividades de comércio digital de empresas norte-americanas. Essa situação ressalta a crescente tensão nas relações comerciais entre os dois países, com implicações significativas para o comércio bilateral.