O Brasil e a China têm diminuído significativamente sua participação na compra de títulos da dívida pública dos Estados Unidos, conhecidos como treasuries. Em 2014, o Brasil representava 4,2% do total de treasuries estrangeiros, mas essa fatia caiu para 2,3% em 2024. A China, por sua vez, viu sua participação despencar de 20,2% para 8,8% no mesmo período, refletindo uma mudança nas estratégias de investimento de ambos os países.
Em termos nominais, o Brasil reduziu sua participação de US$ 256 bilhões em 2014 para US$ 202 bilhões em 2024, enquanto a China passou de US$ 1,24 trilhão para US$ 759 bilhões, uma retração de 39%. O auge do financiamento brasileiro ocorreu em 2018, quando ultrapassou os US$ 300 bilhões. Atualmente, o Japão lidera como o maior detentor de treasuries, com US$ 1,14 trilhão, enquanto o Brasil ocupa a 14ª posição.
Alex Agostini, economista-chefe da agência classificadora de risco Austin Rating, atribui essa redução à diversificação de investimentos, uma tendência que se intensificou após a pandemia de covid-19. Ele observa que, historicamente, os títulos americanos eram vistos como um refúgio seguro, mas agora outros mercados, como Japão e Europa, têm se tornado mais atrativos. Além disso, as incertezas econômicas geradas pelas políticas tarifárias do governo dos EUA, liderado por Donald Trump, também têm contribuído para a diminuição do apelo dos treasuries.