Desde 2009, a China se consolidou como o maior parceiro comercial do Brasil, com destaque para o setor automobilístico. Em 2023, as importações de veículos chineses pelo Brasil superaram a marca de US$ 2 bilhões apenas até junho, refletindo um crescimento significativo em relação aos US$ 3 bilhões do ano anterior. Além da importação de carros prontos, fábricas inteiras estão sendo instaladas no Brasil, ocupando espaços deixados por montadoras ocidentais.
Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais da GWM, afirmou que a estratégia da empresa inclui não apenas a venda de veículos, mas também a transformação do Brasil em uma base de produção para a América do Sul. A aproximação entre Brasil e China é vista como uma resposta ao afastamento dos Estados Unidos, que, segundo especialistas, têm negligenciado a América Latina em sua política externa.
Túlio Cariello, diretor do Conselho Empresarial Brasil-China, destacou que a China tem investido em setores como mobilidade e energia limpa, superando os EUA em investimentos na última década. Alexandre Uehara, professor de Relações Internacionais, acrescentou que, apesar das tensões comerciais com os Estados Unidos, o Brasil deve manter relações diplomáticas com ambas as potências, dada a importância econômica de cada uma para o país.