O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou a desistência de uma vaga na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), em um gesto considerado generoso em relação ao México. A decisão foi comunicada ao candidato brasileiro, Fábio de Sá e Silva, na quinta-feira (10), um dia antes da eleição que ocorrerá em Antígua e Barbuda. O Brasil estava concorrendo a uma das três vagas disponíveis na comissão, que tem como função monitorar a situação dos direitos humanos nos países membros.
Fábio de Sá e Silva, professor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), destacou que a desistência não era necessária, uma vez que o Brasil vinha obtendo apoio nas votações anteriores. Ele ressaltou a importância da presença brasileira na comissão, especialmente em um momento em que a política externa do país enfrenta desafios, incluindo a recente imposição de tarifas de importação pelos Estados Unidos. O Itamaraty não forneceu justificativas claras para a decisão, que surpreendeu o candidato durante sua campanha em Washington.
A eleição para as vagas da CIDH contará com candidatos de Colômbia, México, Honduras, Estados Unidos, Peru e Bahamas. Fábio de Sá e Silva havia recebido apoio significativo nas votações anteriores, chegando a conquistar 16 dos 18 votos necessários. A escolha dos novos comissários ocorrerá nesta sexta-feira (11), em um contexto de tensões diplomáticas entre Brasil e EUA.