O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, expressou críticas contundentes ao governo de Israel nesta segunda-feira (14), após ataques aéreos que resultaram na morte de civis palestinos na Faixa de Gaza. O episódio, que ocorreu em um ponto de distribuição de água no campo de refugiados de Nusseirat, deixou ao menos 50 mortos, incluindo mulheres e crianças, conforme relatado pelo Itamaraty.
Os ataques, que também atingiram a Cidade de Gaza e Khan Younis, foram reconhecidos pelo Exército israelense como um "erro técnico". O governo brasileiro solicitou uma investigação internacional sobre os incidentes, destacando a necessidade de responsabilização pelas mortes de civis, que estavam em busca de água potável no momento do ataque.
Além de condenar as operações israelenses, o Itamaraty lamentou que as novas mortes se somem a cerca de 800 ocorridas nas últimas seis semanas em Gaza, em áreas próximas a postos de ajuda humanitária. O governo Lula já havia manifestado sua oposição aos ataques aéreos de Israel e dos Estados Unidos ao Irã, e agora se prepara para formalizar sua participação em uma ação na Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra Israel, que alega genocídio na região.
A decisão de ingressar na ação foi confirmada pelo chanceler Mauro Vieira, que destacou que o Brasil se juntará a outros países que já intervieram no processo, incluindo Colômbia, Líbia e México, entre outros. A iniciativa foi originalmente proposta pela África do Sul em dezembro de 2023, visando responsabilizar Israel por suas ações na Faixa de Gaza durante o conflito com o Hamas.