O governo brasileiro enviou uma carta aos Estados Unidos na terça-feira, 15, solicitando respostas sobre uma proposta de negociação referente às tarifas de 50% anunciadas na semana passada. O documento, assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi encaminhado pela embaixada do Brasil em Washington às autoridades do governo Trump, incluindo o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.
Na correspondência, Alckmin destaca que, há dois meses, apresentou uma proposta de negociação sobre tarifas de 10% que ainda não recebeu resposta do governo americano. A nova carta, que altera a versão anterior que abordava questões de soberania, foca exclusivamente em aspectos comerciais, como o superávit dos EUA na balança comercial com o Brasil, e pede a retomada do "diálogo técnico" entre os dois países.
Apesar de apelos de exportadores para postergar a implementação das tarifas, que entrarão em vigor em 1.º de agosto, Alckmin e Vieira não solicitaram uma extensão de prazo. Diplomatas informaram que a decisão de Trump sobre as tarifas foi tomada sem comunicação prévia às autoridades de comércio exterior dos EUA. Alckmin expressou a esperança de que as negociações possam ser resolvidas rapidamente, afirmando que não vê problema em uma possível prorrogação das tarifas, caso necessário.
Enquanto o governo brasileiro tenta manter o foco nas questões comerciais, o presidente americano Donald Trump reiterou seu apoio a Jair Bolsonaro, mencionando a honestidade do ex-presidente, que enfrenta um julgamento por tentativa de golpe de Estado. A Embaixada dos EUA no Brasil também criticou o Supremo Tribunal Federal, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes de forma pejorativa nas redes sociais.