O Brasil sedia, neste domingo (6) e segunda-feira (7), a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, em um momento crítico para o grupo de países emergentes. Especialistas alertam que o país deve contrabalançar as influências de potências como China e Rússia para manter sua tradicional postura de neutralidade ativa em conflitos internacionais. A ampliação do Brics, que agora inclui Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã, traz tanto oportunidades quanto desafios, acentuando tensões internas e a necessidade de um alinhamento estratégico.
O encontro ocorre em meio a uma escalada de tensões globais, incluindo o recente bombardeio russo à Ucrânia e conflitos diretos entre Irã e Israel. A presença do Irã, que adota uma postura crítica em relação ao Ocidente, aumenta a pressão sobre o Brasil para que o grupo não se torne um instrumento de poder das nações mais fortes. "O desafio atual é garantir que o Brics continue buscando reformas na governança global que favoreçam os países em desenvolvimento", afirma Laerte Apolinário, professor de Relações Internacionais.
A proposta de uma moeda comum entre os membros do Brics, liderada pela China, também está em pauta, visando reduzir a dependência do dólar e potencialmente intensificando as tensões com os Estados Unidos. Especialistas indicam que o Brasil deve agir como mediador, reafirmando seu compromisso com o multilateralismo e a cooperação internacional, mesmo diante de interesses divergentes. A expectativa é que o país mantenha sua tradição de diálogo e pragmatismo, evitando radicalizações em um cenário geopolítico complexo.