Nesta terça-feira (29), o mercado brasileiro demonstrou otimismo com a possibilidade de avanço nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O governo brasileiro solicitou ao presidente americano, Donald Trump, a isenção do setor alimentício e da fabricante de aviões Embraer das novas tarifas de 50% que entrarão em vigor nesta sexta-feira (1º). A medida, se confirmada, poderá mitigar os impactos negativos sobre a economia brasileira.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, mencionou que produtos naturais não cultivados nos Estados Unidos, como café e cacau, podem ser isentos de tarifas de importação, caso acordos comerciais sejam firmados. Embora não tenha se referido diretamente ao Brasil, a declaração gerou expectativas de que haja espaço para negociações entre os países.
No fechamento do mercado, o dólar à vista registrou uma queda de 0,43%, cotado a R$ 5,5686, enquanto o Ibovespa subiu 0,45%, alcançando 132.725,68 pontos. Apesar do otimismo, os ministros do governo Lula mantêm uma postura cautelosa. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os canais de negociação estão sendo abertos lentamente, enquanto a ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que os EUA não estão prontos para negociar neste momento.
As atenções agora se voltam para as decisões do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que se reunirão na quarta-feira para discutir as taxas de juros. Profissionais do mercado acreditam que o Brasil continuará atraente para investimentos externos, mesmo diante das novas tarifas, devido à expectativa de manutenção das taxas de juros em níveis favoráveis.