O governo brasileiro está considerando solicitar aos Estados Unidos a exclusão de alimentos da tarifa de 50% que incidirá sobre produtos importados, conforme informações de fontes que acompanham as negociações. O tema está sendo discutido entre as propostas que o Brasil apresentará ao governo americano, enquanto a prioridade atual é tentar adiar ou reverter a implementação da alíquota, prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira, 1º de novembro, dependendo de um ato executivo da Presidência dos EUA.
As negociações bilaterais estão em uma fase inicial, focando na definição da data de início da tarifa e na possibilidade de revisão do percentual. O Brasil argumenta que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o país, que alcançou US$ 1,7 bilhão no primeiro semestre deste ano. Caso a tarifa seja mantida, o Brasil planeja apresentar alternativas, como a exclusão de alimentos da alíquota e a negociação de cotas isentas para produtos específicos, numa segunda fase das tratativas.
As discussões estão sendo lideradas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em diálogo com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Fontes indicam que as conversas têm avançado nos últimos dias, embora a assessoria de Alckmin tenha reafirmado que a prioridade do governo é a negociação da tarifa geral, e não a exclusão de setores específicos, como alimentos e a Embraer.