O governo brasileiro intensifica negociações para evitar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos nacionais, imposta pela administração de Donald Trump, que deve entrar em vigor em 1º de agosto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe estão em diálogo com diversos setores para mapear alternativas, incluindo possíveis retaliações, conforme afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na última quarta-feira (24), o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, manifestou interesse em minerais estratégicos brasileiros durante uma reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Representantes do Ibram relataram que os EUA demonstraram interesse em adquirir nióbio, lítio e terras raras, mas o presidente da entidade, Raul Jungmann, enfatizou que tais negociações devem ser conduzidas pelo governo brasileiro.
A proposta de usar o nióbio como uma ferramenta de negociação ganhou força nas redes sociais, com sugestões de restringir suas exportações para pressionar os EUA. O Brasil é responsável por cerca de 92% da produção global de nióbio, que é amplamente utilizado na indústria siderúrgica. Apesar de sua importância, os EUA ocupam apenas a quarta posição entre os consumidores desse mineral, com 7% das exportações brasileiras, sendo a China o principal destino, com 44% do total.
Especialistas destacam que, embora o nióbio tenha potencial estratégico, sua principal aplicação está na fabricação de aços utilizados em automóveis e na construção civil. O uso do nióbio pode contribuir para a redução de emissões de carbono, uma vez que permite a produção de estruturas mais leves e resistentes, reduzindo a necessidade de materiais como cimento, um dos grandes responsáveis pelo efeito estufa.