O Brasil alcançou um novo marco na exportação de café, enviando 45,6 milhões de sacas na safra 2024/2025, resultando em uma receita recorde de US$ 14,7 bilhões, um aumento de 49,5% em comparação com a safra anterior, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Apesar do crescimento em receita, o volume exportado representa uma queda de 3,9% em relação à safra anterior.
Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, atribui o aumento na receita à alta dos preços do café na segunda metade de 2024, impulsionada por fatores climáticos que afetaram a produção em países como Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia. Ferreira destacou que a imposição de tarifas sobre os produtores brasileiros e os desafios logísticos enfrentados pelos portos do país também impactaram o desempenho das exportações.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino do café brasileiro, com a importação de 7,5 milhões de sacas, representando 16,4% das exportações totais. A Alemanha e a Itália seguem na lista dos principais compradores, com 6,5 milhões e 3,5 milhões de sacas, respectivamente. O Porto de Santos se destacou como o principal ponto de embarque, respondendo por 72,6% do total exportado, seguido pelo complexo portuário do Rio de Janeiro e o Porto de Vitória.
No que diz respeito às variedades, o café arábica foi o mais exportado, com 34,8 milhões de sacas, enquanto o café canéfora, ou conilon e robusta, totalizou 6,5 milhões de sacas, ambos apresentando reduções em relação à safra anterior. O cenário atual reflete os desafios enfrentados pelo setor, incluindo conflitos geopolíticos e infraestrutura portuária deficiente.