Desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, o Brasil quase dobrou suas importações de produtos russos, passando de US$ 6,2 bilhões em 2021 para US$ 12,2 bilhões em 2024. Os dados, fornecidos pela agência Comtrade, revelam que o aumento ocorreu tanto durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro quanto sob a administração do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os principais produtos importados incluem combustíveis, com gastos de US$ 7,18 bilhões, e fertilizantes, que somaram US$ 4,17 bilhões. A Rússia se destaca como o maior exportador de diesel para o Brasil, em contraste com as políticas de sanção adotadas pelos países do G7, que buscam isolar economicamente a Rússia devido à sua agressão à Ucrânia.
Enquanto o G7 impõe restrições, a Rússia tem encontrado apoio no grupo Brics, que inclui Brasil, China, Índia e África do Sul. Em 2024, as exportações russas para os membros do Brics foram 20 vezes superiores às destinadas aos países do G7. O presidente Lula tem buscado estreitar laços com o Kremlin, o que gerou críticas da oposição, especialmente após sua aparição ao lado de líderes autocráticos em eventos internacionais.
Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos russos, caso o Kremlin não encerre a guerra em um prazo de 50 dias. Essa medida poderia afetar também países como Brasil, Índia e China, que mantêm relações comerciais com a Rússia, em uma tentativa de pressionar por um cessar-fogo no conflito.