A menos de uma semana da implementação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o governo dos Estados Unidos ainda não respondeu ao pedido do chanceler Mauro Vieira para uma reunião bilateral. O encontro, solicitado pelo ministro das Relações Exteriores, visa discutir a situação antes da entrada em vigor da medida, programada para 1º de agosto. Vieira está em Nova York para um encontro da ONU e busca estabelecer um canal diplomático direto com Washington.
As tentativas de negociação, lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, têm se mostrado infrutíferas até o momento. Segundo informações da CNN Brasil, não houve sinalização oficial do governo norte-americano para um encontro, o que gera preocupação entre os integrantes do Itamaraty, que consideram o diálogo essencial diante da crescente tensão comercial entre os dois países.
O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirma sua disposição para negociar, mas ressalta que a soberania nacional e o Estado democrático de Direito são inegociáveis. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços enfatizou que as tratativas com os EUA devem ser conduzidas com base em princípios técnicos, sem interferências políticas ou ideológicas.
Além disso, o governo brasileiro considera a decisão dos EUA um ataque à sua soberania e política interna, e está avaliando a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) caso as negociações não avancem. A relação econômica entre Brasil e Estados Unidos, que se estende por mais de 200 anos, é vista como fundamental, e o governo espera preservar e fortalecer essa parceria histórica.