O Bradesco BBI revisou o preço-alvo das ações do Banco do Brasil (BBAS3), reduzindo-o de R$ 31,00 para R$ 21,00 por ação. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (data), reflete a deterioração na qualidade dos ativos do setor rural e o aumento das provisões para inadimplência, que acumulam perdas de quase 15% no ano. Apesar do corte, a recomendação permanece neutra, já que os preços atuais consideram um cenário desafiador para o crédito agro e corporativo.
De acordo com o Bradesco BBI, a inadimplência no segmento rural atingiu 3,5% em 90 dias e 2,9% em atraso inicial, com a expectativa de que esses índices continuem a subir até 2026. As projeções indicam que as provisões podem chegar a R$ 53 bilhões em 2025, um aumento de 25% em relação à estimativa anterior. Além disso, a expectativa de lucro líquido do Banco do Brasil foi ajustada para R$ 23 bilhões em 2025, 16% abaixo do consenso do mercado.
O banco também revisou para baixo a taxa de distribuição de dividendos, que passou de 40% para 30%, em resposta à necessidade de preservar capital em um cenário de lucros pressionados. Para a BB Seguridade (BBSE3), a visão também se tornou mais conservadora, com a projeção de lucro líquido ajustada para R$ 8,9 bilhões em 2026, representando uma queda de 4% em relação à estimativa anterior. O preço-alvo para a BB Seguridade foi reduzido de R$ 42,00 para R$ 39,00, mantendo a recomendação neutra.