Os consumidores brasileiros receberão em agosto um desconto médio de R$ 11,59 na conta de luz, conhecido como Bônus de Itaipu. Essa medida visa compensar a cobrança extra da bandeira vermelha patamar 2, que implica em um custo adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. O bônus é resultado da distribuição do saldo positivo da Conta de Comercialização de Energia Elétrica da hidrelétrica binacional Itaipu, localizada em Foz do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
O montante total a ser distribuído em 2024 alcança R$ 936,8 milhões, sendo R$ 883 milhões provenientes do saldo positivo do ano anterior e R$ 53,7 milhões de rentabilidade até 18 de julho deste ano. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é responsável por determinar o valor a ser devolvido aos consumidores, enquanto a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar) administra os contratos de Itaipu.
O Bônus de Itaipu será creditado na fatura de agosto para consumidores residenciais e rurais do Sistema Interligado Nacional (SIN) que apresentaram consumo inferior a 350 kWh em pelo menos um mês de 2024. A tarifa-bônus foi fixada em R$ 0,00817809/kWh, e a Aneel ainda não divulgou o número exato de beneficiados, mas em janeiro, mais de 78,3 milhões de consumidores foram contemplados. O crédito será identificado na fatura como "Bônus Itaipu".
Este ano, o Bônus de Itaipu foi excepcionalmente creditado duas vezes, com o primeiro desconto em janeiro. Segundo o Diretor-Financeiro de Itaipu, André Pepitone, os valores elevados se devem à devolução de recursos que haviam sido retirados para evitar reajustes tarifários durante a pandemia. "Esse dinheiro é do consumidor e, em algum momento, tinha que ser devolvido", afirmou Pepitone.