O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (21), qualquer vínculo com a recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump. Bolsonaro afirmou que a medida, anunciada há duas semanas, não diz respeito ao seu governo e que não possui contato com autoridades americanas. 'Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar na gente os 50%. Mentira', declarou.
Durante a entrevista, Bolsonaro também se manifestou sobre seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmando que ele não tem autoridade para negociar em nome do Brasil. 'Ele não pode falar em nome do governo brasileiro', enfatizou o ex-presidente. Essas declarações contrastam com a postura da família Bolsonaro desde o anúncio das tarifas, quando Trump enviou uma carta ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificando a taxação com base em questões relacionadas ao tratamento dado ao ex-presidente e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos, havia se oferecido para levar propostas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a negociadores americanos. Na última quinta-feira (17), Jair Bolsonaro mencionou que seu filho seria 'mais útil' nos EUA e se colocou à disposição para dialogar com Trump sobre a questão tarifária, afirmando que acredita ter condições de barrar a investigação comercial contra o Brasil.
Além disso, na última sexta-feira (18), Jair Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica e foi submetido a medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A Primeira Turma do tribunal referendou as medidas, destacando preocupações com a soberania nacional e o risco de fuga do ex-presidente.