Em uma declaração inédita, o ex-presidente Jair Bolsonaro associou o aumento de 50% nas tarifas sobre exportações brasileiras, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a uma possível anistia política que o beneficiaria diretamente. A declaração foi feita no domingo, 13, em um comunicado onde Bolsonaro reconheceu o impacto negativo da medida na economia do Brasil, referindo-se ao tarifaço como 'sanções'. A nova taxação entrará em vigor em 20 dias.
Bolsonaro enfatizou que a solução para a crise entre os dois países depende das 'autoridades' brasileiras, sem mencionar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF) ou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele pediu harmonia entre os Poderes e sugeriu que a anistia poderia trazer paz econômica. A carta de Trump, que também abordou questões políticas, criticou o julgamento de Bolsonaro e acusou o Brasil de atacar direitos fundamentais e eleições livres.
O ex-presidente se defendeu das acusações de que ele e seus filhos influenciaram Trump a agir contra o governo brasileiro, afirmando que não se alegra com as sanções que afetam o povo e os produtores. No mesmo dia, seu filho, Eduardo Bolsonaro, reiterou o pedido para que os EUA impusessem sanções ao ministro Alexandre de Moraes e a outros políticos governistas, utilizando a Lei Magnitsky, que permite sanções a violadores de direitos humanos.
As declarações de Bolsonaro e a resposta do Palácio do Planalto, que lançou uma campanha em defesa da soberania, refletem a crescente tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, em um momento crítico para as relações bilaterais.