A Polícia Federal apreendeu US$ 14 mil em espécie na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (18), o que intensificou as preocupações sobre um possível risco de fuga. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) analisam a situação e consideram a quantia como um indício relevante, especialmente após a transferência de R$ 2 milhões para seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, que já havia levantado suspeitas semelhantes.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação na casa de Bolsonaro em Brasília, incluiu medidas cautelares, como a imposição de tornozeleira eletrônica. Em depoimento no inquérito sobre uma suposta trama golpista, Bolsonaro confirmou ter enviado o dinheiro via PIX para o filho em 13 de maio de 2025, o que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), indica um alinhamento entre pai e filho em ações que poderiam interferir nas investigações.
Os ministros do STF acreditam que tanto os R$ 2 milhões quanto os US$ 14 mil poderiam ser utilizados para sustentar a estadia de Eduardo nos EUA, onde ele poderia tentar influenciar o andamento do processo contra Bolsonaro. Em sua defesa, o ex-presidente afirmou que sempre manteve dólares em casa, apresentando recibos do Banco do Brasil como comprovação.
O plenário virtual da Primeira Turma do STF se reunirá a partir do meio-dia desta sexta-feira para deliberar sobre as medidas cautelares impostas a Bolsonaro e seus aliados. A votação se estenderá até segunda-feira (22), e a expectativa é que a maioria dos ministros se manifeste ainda hoje, o que pode reforçar a investigação em curso. Entre as restrições já determinadas, está a proibição de contato com outros investigados, incluindo seu filho.