O ex-presidente Jair Bolsonaro se apresentou à Polícia Federal nesta quarta-feira (25) para a instalação de uma tornozeleira eletrônica, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida cautelar foi imposta em razão de investigações que envolvem crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional, que podem resultar em penas de até 20 anos de prisão.
O ministro Moraes destacou que as ações de Bolsonaro e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, configuram atos que evidenciam a prática de crimes. Entre os delitos citados, a coação no curso do processo é caracterizada pelo uso de violência ou ameaça para favorecer interesses próprios ou de terceiros em processos judiciais. Já a obstrução de investigação contra organização criminosa se refere a impedir ou dificultar investigações relacionadas a crimes organizados.
Além disso, o atentado à soberania nacional ocorre quando há negociações com governos ou grupos estrangeiros que possam comprometer a integridade do país. As penas para esses crimes variam de um a oito anos de reclusão, dependendo da gravidade da infração.
Bolsonaro se manifestou sobre a situação, chamando a imposição da tornozeleira de "Suprema Humilhação", refletindo sua insatisfação com a decisão judicial que limita sua liberdade. A instalação do dispositivo marca um novo capítulo nas investigações que cercam o ex-presidente e suas ações durante e após seu mandato.