O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 17, que não solicitará prisão domiciliar caso a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acolha o pedido de condenação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Durante uma entrevista no Senado Federal, onde visitou seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ele reiterou sua inocência em relação às acusações de envolvimento em um plano de golpe de Estado.
Na última segunda-feira, 14, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação de Bolsonaro por cinco crimes, incluindo liderança de organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As penas somadas podem chegar a 43 anos de reclusão. Bolsonaro, que estava acompanhado de deputados do PL, questionou a legitimidade das prisões de pessoas envolvidas no caso e afirmou que não tem vínculos com os atos criminosos.
Além de se defender das acusações, o ex-presidente expressou interesse em dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir a contenção de tarifas impostas ao Brasil. Ele acredita que uma audiência com Trump poderia ajudar a reverter as sanções, que, segundo ele, afetam principalmente os mais pobres. A pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira, 16, revelou que 72% dos brasileiros desaprovam as justificativas de Trump para as novas tarifas, mas Bolsonaro duvidou da validade dos dados apresentados.
A situação de Bolsonaro se complica ainda mais com a retenção de seu passaporte pela Polícia Federal, em fevereiro de 2024, como parte da investigação sobre a tentativa de golpe. O ex-presidente continua a se posicionar como inocente e a criticar as ações judiciais contra ele, enquanto se prepara para as eleições ao Senado em 2026, buscando fortalecer sua base de apoio e confrontar o Poder Judiciário.