O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira, 17, que não solicitará prisão domiciliar caso a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acolha o pedido de condenação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Durante entrevista no Senado Federal, onde visitou seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ele declarou: "Não peço nada. Sou inocente. Não passa pela minha cabeça a prisão".
Bolsonaro enfrenta acusações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado, com a PGR solicitando sua condenação por cinco crimes, incluindo liderança de organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As penas somadas podem alcançar até 43 anos de reclusão. O ex-presidente questionou a legitimidade das prisões de pessoas que, segundo ele, são inocentes e afirmou que a justiça não está sendo feita.
Além de se defender das acusações, Bolsonaro expressou interesse em dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir o conflito tarifário entre os dois países. Ele acredita que uma audiência com Trump poderia resultar em uma solução para as tarifas de 50% impostas ao Brasil. Desde fevereiro de 2024, o ex-presidente teve seu passaporte retido pela Polícia Federal em decorrência da investigação sobre a tentativa de golpe.
Uma pesquisa divulgada pela Genial/Quaest revelou que 72% dos brasileiros discordam das justificativas de Trump para as novas tarifas, que ele alega serem uma resposta à perseguição judicial a Bolsonaro. Em resposta, o ex-presidente questionou a validade da pesquisa e se isentou de responsabilidade pelas medidas tarifárias, afirmando: "Eu sou o culpado? Ele está fazendo com o mundo todo".