O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 17, que não solicitará prisão domiciliar, mesmo que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acolha o pedido de condenação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Durante entrevista no Senado Federal, onde visitou seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-presidente reiterou sua inocência em relação às acusações de participação em um plano de golpe de Estado.
Bolsonaro comentou sobre o pedido de condenação feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que inclui cinco crimes, como liderança de organização criminosa armada e golpe de Estado, com penas que podem somar até 43 anos de reclusão. "Não tem nada que me vincule a esses atos. Pessoas inocentes presas. Quarenta anos de cadeia. Está sendo feita justiça comigo?", questionou o ex-presidente, ao lado de aliados políticos.
Além de se defender, Bolsonaro manifestou interesse em dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir a contenção de tarifas impostas ao Brasil. Ele acredita que uma audiência com Trump poderia ser benéfica para barrar as sanções. "Se me der um passaporte, negocio", afirmou, referindo-se à retenção de seu documento pela Polícia Federal em fevereiro de 2024, em uma operação relacionada ao caso.
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 16, pela Genial/Quaest revelou que 72% dos brasileiros discordam das justificativas de Trump para a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros, que, segundo Bolsonaro, afetam principalmente os mais pobres. O ex-presidente questionou a validade da pesquisa e se isentou de responsabilidade pelas medidas anunciadas por Trump.