O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter transferido R$ 2 milhões para seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL), enquanto este estava nos Estados Unidos. A declaração foi feita durante depoimento no Inquérito 4.995/DF, que investiga tentativas de coação institucional e obstrução à Justiça. O repasse, realizado via PIX em 13 de maio de 2025, é considerado uma evidência central para medidas cautelares contra Bolsonaro, segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A Procuradoria-Geral da República argumenta que a transferência financeira demonstra uma “convergência de propósitos” entre pai e filho para obstruir o andamento do processo judicial. A quantia foi enviada à conta de Eduardo, que, segundo as investigações, utilizou esses recursos para manter uma agenda internacional com o objetivo de influenciar autoridades norte-americanas e pressionar o Judiciário brasileiro.
Além da transferência, o inquérito aponta que Eduardo Bolsonaro realizou publicações em inglês e manifestou apoio a medidas que visam desestabilizar a economia do Brasil. Moraes classificou essas ações como parte de um “modus operandi” que combina esforços presenciais e digitais, com o intuito de interferir no curso de processos judiciais e gerar uma crise econômica no país.
A decisão do STF destaca que as ações dos investigados visavam pressionar o Poder Judiciário e desestabilizar a economia brasileira, com a transferência financeira integrando o conjunto de indícios que sustentam as acusações de coação no curso do processo e atentado à soberania nacional.