O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou, em entrevista à agência Reuters, que está sendo alvo de perseguições por parte das instituições brasileiras e que "o sistema" prefere vê-lo morto a preso. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (18), após uma operação da Polícia Federal em sua residência e escritório, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro comentou sobre as investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado em 2022, afirmando que sua prisão traria problemas para os envolvidos nas investigações.
Na mesma entrevista, Bolsonaro expressou sua preocupação com a rapidez do processo judicial, que tem seu julgamento agendado para 20 de agosto. O STF impôs diversas restrições ao ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, bloqueio de passaporte e proibição de contato com diplomatas e seu filho, Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos. A defesa de Bolsonaro manifestou surpresa e indignação em relação às medidas, ressaltando que ele sempre respeitou as ordens judiciais.
Durante a operação da PF, foram apreendidos dinheiro em espécie, um celular e um pen drive encontrado em um banheiro de sua casa. Bolsonaro negou conhecimento sobre o pen drive e sugeriu que poderia ter sido plantado. O ministro Moraes justificou as restrições com base em indícios de que o ex-presidente teria tentado interferir no processo eleitoral e instigar ataques às instituições. Bolsonaro classificou o uso da tornozeleira como uma "suprema humilhação" e reafirmou não ter participado de qualquer tentativa de golpe.