A BMW estima que as tarifas comerciais elevadas podem resultar em perdas de até US$ 1,8 bilhão em 2023. A montadora informou que as novas taxas poderiam reduzir sua margem operacional automotiva em aproximadamente 1,25 ponto percentual ao longo do ano. Com base nas projeções atuais de receitas, que giram em torno de US$ 125 bilhões, o impacto financeiro total seria de cerca de US$ 1,79 bilhão.
Diferentemente de outras montadoras alemãs, a BMW optou por não alterar sua previsão financeira, uma vez que já havia considerado tarifas em suas projeções anteriores, incluindo a expectativa de taxas transatlânticas mais baixas no segundo semestre. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no último domingo a redução das tarifas sobre veículos importados da União Europeia, de 27,5% para 15%, em troca de uma diminuição da tarifa de 10% da UE sobre carros americanos.
A previsão da BMW considera que a tarifa da UE será zerada a partir de 1º de agosto. A fábrica da montadora em Spartanburg, Carolina do Sul, é a maior exportadora de veículos dos EUA, principalmente para a Europa, e se beneficiaria significativamente dessa mudança. No segundo trimestre, as tarifas já impactaram a margem da BMW em 2 pontos percentuais, resultando em uma perda de cerca de 590 milhões de euros, superando o impacto enfrentado pela rival Mercedes-Benz.
Apesar dos desafios, a BMW apresentou resultados mais robustos em comparação à Mercedes, com uma queda de menos de um terço em seu lucro líquido trimestral em relação ao ano anterior, enquanto a Mercedes registrou uma queda de 69%, afetada por custos de demissões e tarifas. As ações da BMW tiveram uma leve queda de 0,71% em Frankfurt durante a sessão de hoje.