O Bitcoin (BTC) alcançou uma nova máxima histórica de US$ 112.500 nesta quinta-feira, impulsionado pela recente ofensiva tarifária do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano anunciou tarifas que variam entre 20% e 50% para 22 países, com o Brasil recebendo a maior alíquota de 50%, conforme divulgado em carta por Trump. Especialistas afirmam que a força compradora do ativo sugere a continuidade do movimento de alta.
Antes de atingir o recorde, a criptomoeda havia recuado para US$ 111.500, enquanto os principais índices de ações dos EUA operavam em baixa. Ana de Mattos, analista técnica da Ripio, destacou que os próximos alvos de alta estão nas faixas de preços de US$ 112.200 e US$ 114.500, embora advertisse sobre a possibilidade de correções nos níveis de suporte de US$ 106.700 e US$ 101.475.
Andre Franco, CEO da Boot Research, avaliou que o impacto imediato das tarifas é positivo para o Bitcoin, citando a resiliência dos mercados e a euforia no setor tecnológico como fatores que renovaram o apetite por risco. Murilo Cortina, da QR Asset Management, observou que a quebra da resistência de US$ 110 mil demonstra uma força compradora significativa. As opções de curto prazo na corretora Deribit também indicam otimismo, com apostas de que o preço do Bitcoin pode alcançar entre US$ 115 mil e US$ 120 mil até o fim de julho.
Analistas alertam, no entanto, para a necessidade de monitorar os desdobramentos da nova política tarifária, especialmente em relação a economias relevantes como China e União Europeia, que poderiam reacender a aversão ao risco nos mercados. A tarifa de 50% imposta ao Brasil, segundo Trump, foi motivada por uma suposta relação comercial injusta e como retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Especialistas afirmam que essa medida pode aumentar significativamente os custos de produtos brasileiros, impactando setores como petróleo, aeronáutico e agropecuário.