No início da década de 1990, um grupo de oito pessoas se isolou em Biosfera 2, um complexo de 1,2 hectare no deserto do Arizona, projetado para simular ecossistemas da Terra. O experimento, que durou dois anos, tinha como objetivo explorar a viabilidade de um sistema autossuficiente, essencial para futuras colônias espaciais. No entanto, os desafios enfrentados, como a queda dos níveis de oxigênio e o aumento do dióxido de carbono, resultaram em críticas severas ao projeto, que foi considerado um fracasso na época.
Apesar das dificuldades, especialistas contemporâneos reavaliam o experimento, reconhecendo suas contribuições para a compreensão da ecologia e das mudanças climáticas. Lisa Rand, historiadora da ciência, defende que as lições aprendidas em Biosfera 2 são mais relevantes do que nunca, especialmente em um contexto onde iniciativas espaciais privadas estão em ascensão e o planeta enfrenta sérios problemas ambientais.
Atualmente, Biosfera 2 abriga cientistas que estudam os impactos das mudanças climáticas em seus ecossistemas. Mark Nelson, um dos participantes do experimento, ressalta que o projeto tinha raízes ambientais profundas e não deve ser visto apenas como um teste para colonização espacial. Em vez disso, Biosfera 2 se tornou uma ferramenta valiosa para entender melhor a Biosfera 1, nosso planeta, e suas complexidades.