No Dia Mundial da Conservação da Natureza, celebrado nesta segunda-feira (28), o Pará se destaca como um polo de bioeconomia, com 13 cadeias produtivas que movimentam R$ 9 bilhões anualmente. Produtos como açaí e cacau são fundamentais para unir tecnologia e saberes tradicionais, promovendo a preservação ambiental em meio à crise climática. Especialistas estimam que, até 2050, o setor poderá contribuir com R$ 45 bilhões ao PIB brasileiro e gerar mais de 800 mil empregos.
Raul Ventura, coordenador do Distrito de Inovação e Bioeconomia de Belém (DIBB), ressalta a importância de conectar essas cadeias produtivas à economia urbana, afirmando que cidades como Belém podem aumentar o valor agregado dos produtos e distribuir renda de forma mais eficiente. A bioeconomia, que utiliza recursos naturais de maneira sustentável, é vista como uma alternativa viável para o desenvolvimento econômico sem a necessidade de desmatamento.
A cadeia do açaí, em particular, exemplifica esse modelo, com cerca de 10% de sua produção exportada para países como Estados Unidos e Japão. Em 2020, a produção do açaí gerou um valor estimado de R$ 4,7 bilhões, empregando 164,4 mil pessoas, sendo 86% delas no campo. Além disso, iniciativas de reaproveitamento de resíduos, como a produção de bioplásticos a partir de caroços de açaí, estão ampliando o valor agregado local e contribuindo para a sustentabilidade da região.