A Bienal de Veneza, que ocorre na Itália, reúne pela primeira vez mais de 750 especialistas de diversas áreas para discutir como a arquitetura pode contribuir na luta contra a crise climática. O evento, que começou em 1980, destaca a importância de soluções inovadoras em um contexto onde Veneza, uma das cidades mais vulneráveis às mudanças climáticas, enfrenta desafios significativos devido à baixa dos níveis de água nos canais.
O curador Carlo Ratti enfatiza a necessidade de adaptação da arquitetura às emergências ambientais e sociais atuais, apresentando a Bienal como um laboratório dinâmico. Entre os participantes estão arquitetos, engenheiros, cientistas do clima e artistas, que exploram três tipos de inteligência: natural, artificial e coletiva. O Pavilhão do Brasil, por exemplo, ilustra a inteligência natural com a ancestralidade amazônica, revelando a rica história de cultivo da floresta pelos povos indígenas.
Além de instalações que refletem sobre a ocupação da Amazônia, a Bienal também apresenta inovações como tijolos de cânhamo, que podem reduzir as emissões de CO₂ e oferecer isolamento térmico. A conselheira da Fundação Humanitas, Fabiane Ferreira Lopez, destaca que a Bienal oferece uma perspectiva otimista sobre o futuro do planeta, ressaltando a importância de tecnologias ancestrais e contemporâneas para enfrentar os desafios climáticos.