O presidente do Banco Central da Alemanha e dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel, destacou, em declarações recentes, que a economia europeia enfrenta um cenário de grande incerteza em relação ao crescimento e à inflação. Em uma reunião, Nagel enfatizou a necessidade de cautela nas decisões monetárias, afirmando que o BCE tomará ações apropriadas caso haja desvios significativos na inflação. Ele ressaltou a importância de decisões baseadas em dados e a prudência dos dirigentes do BCE, evitando previsões de políticas monetárias fixas.
Nagel também comentou que as taxas de juros atuais, fixadas em 2%, estão alinhadas com a faixa estimada dos juros naturais, indicando que não há estímulos ou restrições significativas à economia europeia. O dirigente alertou que a volatilidade nos preços e a incerteza econômica se tornaram o novo normal, embora mantenha a expectativa de que a inflação na região atinja a meta de 2% de forma sustentada no médio prazo, mesmo diante de pressões como o envelhecimento populacional e mudanças climáticas.
Entre os riscos identificados para a economia da zona do euro, Nagel mencionou a possibilidade de tarifas recíprocas dos EUA, que, se confirmadas, poderiam impactar negativamente o crescimento do PIB europeu, especialmente na Alemanha. Segundo estimativas do Bundesbank, essas tarifas poderiam resultar em uma perda de 1,5 pontos porcentuais no crescimento real do PIB alemão até 2027. Apesar dos desafios, Nagel observou que a zona do euro ainda não enfrentou recessão e prevê uma recuperação gradual nos próximos anos.